O MERCADO ALEMÃO 2021
PARTE 2 - CARACTERIZAÇÃO DO TURISTA
15°COMPORTAMENTO GERAL
A secção de “Comportamento” é fundamental para apresentar algumas das mais recentes estatísticas e informações relevantes sobre os turistas do mercado alemão. Estes destaques não dispensam uma leitura atenta das outras secções do presente capítulo porque iremos aprofundar todos os detalhes sobre o comportamento deste mercado turístico e o respetivo interesse em visitar o nosso território nacional.
Este mercado exibe uma amostra significativa de turismo em Portugal e para muitos outros destinos mundiais, apresentando também uma forte componente de turismo interno. Neste contexto iniciaremos este breve capítulo com a interpretação do volume de visitas domésticas e estrangeiras por parte do turismo alemão.
Com uma amostra elucidativa de deslocações domésticas entre 2016 e 2018, onde se registam resultados sempre acima das 150 milhões de viagens, conseguimos facilmente interpretar que o turista alemão opta anualmente e com mais regularidade, por uma experiência de destino doméstico do que por uma viagem internacional. Este indicador revela um importante ativo de valorização interna e um fator considerável de desenvolvimento económico. Por sua vez e, no mesmo período, as viagens internacionais destacam um aumento anual progressivo registando mais do que 108,5 milhões de viagens só em 2018. Outra das interpretações gráficas prende-se com a ausência de qualquer viagem no ano de 2019 o que traduz uma alteração bastante negativa.
Mesmo que os resultados de viagens descrevam precisamente o contrário, podemos afirmar que as pesquisas indicam valores muito concretos face às preferências do turista alemão. O perfil de pesquisa online dos turistas foca-se maioritariamente numa procura por destinos internacionais registando um valor de 85% sobre toda a amostra de pesquisa turística.
Sobre os inquéritos efetuados no primeiro trimestre de 2021 concluímos que o turismo alemão viaja preferencialmente em Família com filhos, representando uma amostra muito significativa.
Nesta análise o perfil de viajante alemão esclarece igualmente uma preferência substancial sobre a hipótese de viajar em casal. Importa ainda destacar que é em grupo de amigos que o turista alemão viaja idealmente, ou em alternativa opta por viajar sozinho ou em família sem filhos revelando valores muito próximos sobre estes indicadores.
No que se refere à última viagem internacional realizada, os turistas alemães partilharam qual tinha sido a duração da mesma. Com uma representatividade superior 51% verificamos claramente que a opção que prevaleceu foi o período até duas semanas.
Pela interpretação gráfica e respetivas respostas à questão colocada, o segundo maior resultado de 26,3% traduz o período de uma semana. Existe ainda uma tendência reveladora para que as viagens possam durar até um mês com 11,3%, ou numa perspetiva totalmente diferente com uma representatividade de 8,4% - menos do que 5 dias.
Através dos dados Digital Demand – D2© foi ainda possível perceber quais as cidades da Alemanha que mais procuram tópicos turísticos a nível global.
Neste caso específico, o mercado alemão exibe de forma equilibrada as cinco cidades com maiores índices de procura turística realizada em motores de busca. A cidade de Berlim destaca-se pela quota mais considerável situada nos 32%, seguida pela cidade de Hamburgo com 22%. Munique com 20% regista o terceiro valor mais expressivo e em seguida temos as cidades de Colónia e Frankfurt com quotas de 14% e 13% respetivamente.
TENDÊNCIAS DO MERCADO
Passar férias na Alemanha e aproveitar para visitar os mais de 6 mil museus ou ter o privilégio de presenciar um espetáculo em um dos 820 teatros, poder assistir a um concerto das 130 orquestras profissionais ou parar simplesmente numa entre as 8.800 bibliotecas existentes em território alemão são apenas algumas das possibilidades de riqueza cultural que este País apresenta, sem falar em Bach, Beethoven, Goethe, Kant, Nietzsche, entre outros célebres músicos, escritores e filósofos alemães.
Posto isto, antes de avançarmos sobre a interpretação do comportamento alemão e do seu turismo em relação ao destino Açores, é importante ficarmos a conhecer genericamente o seu relacionamento com os vários mercados.
Para além da importância e contexto sobre o número de turistas e os seus percursos, é muito importante saber quantas viagens se realizam dentro e fora da Alemanha.Iniciaremos esta análise pelos destinos domésticos preferidos deste mercado, sendo essencial mencionar que o turismo alemão contempla a possibilidade de conhecer e explorar um território rico em diversidade, conhecimento e repleto de atrações turísticas.
Observamos que o turismo alemão regista uma presença realmente expressiva nos dois destinos mais visitados internamente. Com perto de 15,5 milhões de dormidas, Berlim, capital da Alemanha, é o local que mais visitas recebe anualmente. Segue-se Oberbayern com mais de 13,2 milhões de turistas e Darmstadt com pouco mais de 7,1 milhões registando uma diferença de quase metade dos visitantes entre o segundo destino mais visitado. Freiburg e Koin compõem o top 5 dos destinos de preferência dos turistas alemães registando mais de 4,15 milhões de mercado.
No que toca aos destinos estrangeiros mais visitados pelo turismo alemão, destacamos os seguintes:
Áustria com mais de 11,7M e Itália com um valor muito idêntico são os destinos com os resultados mais concretos sobre a preferência do turismo alemão, quer seja pela proximidade geográfica ou facilidade de comunicação. Espanha surge como o terceiro destino registando um volume de mercado a rondar os 10,9M de turismo alemão e o top 5 conta igualmente com a Holanda com uma amostra de 7,1M e a França com um resultado próximo de 6,5M de turistas alemães.
Procedendo a uma análise do turismo de alemão no âmbito deste estudo, entendemos facilmente que as viagens internas são as que traduzem uma participação mais expressiva com resultados de participação diferenciadores.
Interpretando o número de viagens em lazer nos últimos 5 anos podemos dizer que 50,9% dos participantes respondeu que viajaram entre uma a três vezes. No intervalo de 3 a 5 vezes verificamos que a amostra de participantes representa 29,1% do número total de entrevistados. E quando nos referimos a quem viajou mais do que 6 vezes, a número de participantes corresponde a apenas 20% de mercado.
Ao analisarmos os países mais pesquisados pelo turismo alemão, excluindo pesquisas internas e as respetivas atividades turísticas, percebemos que o topo da lista reúne não só os países, mas visitados nos últimos 5 anos, mas muitos outros destinos com quotas de mercado consideráveis.
Portugal com 1.3% de quota é, juntamente com as Maldivas, o destino de mercado externo menos pesquisado pelo turismo alemão. Em sentido contrário verificamos que os Países Baixos apresentam uma quota de 6.4% ficando à frente de mercados como a Áustria (6.0%) e Dinamarca (5.4%). A Croácia e a Itália registam quotas também assinaláveis com valores acima dos 4.2%. Seguem-se destinos com resultados de pesquisa que justificam igualmente o número de visitas frequentes face ao turismo alemão como é o caso de França com uma quota de 3.1%. A Grécia, a Noruega, a Espanha e a Suécia registam quotas entre os 3.0% e os 2.0%.
Apesar do inegável Impacto da Pandemia no padrão de viagens e de pesquisas por parte do mercado alemão, podemos ver que há países que continuam a crescer significativamente no que diz respeito às pesquisas deste turismo.
Registando a maior variação positiva, a Suíça, com 37% é o país onde as pesquisas turísticas alemãs mais cresceram entre 2019 e 2020. Com uma variação acima dos 20% temos países como a Dinamarca e a Áustria onde se constatam crescimentos igualmente exponenciais. Importa também referir a variação de 13.8% dos Países Baixos, de 6.1% da Eslovénia, de 4.6% de França ou até mesmo a variação positiva de 2.6% da Croácia.
Por outro lado, a pandemia deverá justificar a variação negativa que tantos outros destinos de pesquisa exibem de 2019 a 2020. Da Polónia (-0.2%) à Turquia (-9.3%) devemos considerar e respeitar vários destinos tais como a Noruega com uma variação de -9.2%, as Maldivas com -6.4%, a Grécia com -3.6%, a Finlândia com -3.2% e a Rússia com -0.8%.
PERFIL TEMÁTICO
Depois de interpretadas algumas tendências geográficas do turismo alemão, é importante abordar as suas principais temáticas. Neste subcapítulo iremos apurar as devidas considerações e respostas a algumas questões, tais como:
Quais os tópicos online mais procurados pelo turismo alemão?
Quais as atividades ou ativos turísticos que têm mais interesse?
Posteriormente iremos apresentar as estatísticas, os dados digitais, os indicadores e os principais resultados obtidos neste conteúdo.
Será importante entender quais são os países e regiões nos quais o turista alemão tem mais interesse, de forma a clarificar quais são as atividades, os ativos e as experiências que procura desenvolver nas suas férias. Fazer uma relação entre os produtos turísticos mais procurados pelos turistas e a oferta que os Açores apresentam ao turismo alemão pode ser um passo importante para a captação de mais mercado e uma importante base para a criação de uma premissa mais forte na promoção do turismo dos Açores neste território.
Em relação ao turismo alemão, verificamos que a principal motivação é serem destinos que tenham Sol e Praia sendo esta a principal característica para a escolha do próximo destino de férias com uma amostra clara de mercado. A Natureza e Aventura definem-se igualmente como motivações preponderantes para sustentar decisões e escolhas. Podemos ainda mencionar os City breaks e a História e Cultura como argumentos muito fortes pela expressiva representatividade de turistas alemães com interesse nessas particulares motivações. Definem-se igualmente como indicadores reveladores as motivações associadas a serviços de Spa e bem-estar, Atividades familiares e naúticas. As atividades como o golf ou o Jogo registam valores menos expressivos sobre o real interesse de viajar.
Com as pesquisas online do mercado alemão, percebemos que existe uma tendência muito concreta na procura de informação sobre pacotes de férias, onde se verifica uma quota de mercado de 18.5%, confirmando mais do dobro de pesquisas sobre o segundo tema global – Viajar.
Posto isto e, com uma quota de 7.4% o tema global viajar promove muitas outras pesquisas relacionadas. O campismo, os apartamentos de férias e as praias estabelecem quotas de mercado entre os 6.0% e os 4.0%. As atrações turísticas representam um mercado na ordem dos 3.7% de quota, enquanto os hotéis, as cidades, esquiar e ilhas são temas com valores entre os 2.7% e os 2.1% de quota. Os restantes revelam igualmente valores notáveis onde se incluem as regiões e as vilas (1.7%), os alugueres de férias e o turismo (1.5%) ou a pesca (1.0%).
No que respeita ao crescimento, sobre a variação anual do volume de pesquisas, vemos mais uma vez dados de pesquisa muito interessantes.
As pesquisas por Regiões sinalizam a maior variação de crescimento com um valor de 57,5%, superando a variação de 51,8% referente ao tema de Alojamento de praia. A diferença entre o crescimento de pesquisa sobre Casas (34,5%) e Maravilhas Naturais (24,3%) é superior a 10%, e de forma a fechar o top 5 temos o tema Esquiar com uma variação de 23%. Os Lagos (17,5%), as Cidades (15,3%), o Turismo (14,1%), os Vulcões (12,9%), os Chalés (12,6%), as Selvas e florestas (11,6%) e as Vilas (11,2%) registam variações entre os 20% e os 10% de crescimento representando os temas de maior pesquisa entre 2019 e 2020.
PERFIL DE INSPIRAÇÃO
O aspeto mais interessante que devemos observar num mercado-alvo é a metodologia utilizada na hora de encontrar inspiração para viajar. Apesar da predominância atual de meios online estáticos (websites), proativos (motores de busca) e interativos (redes sociais), há também organizações, contatos e meios tradicionais que geram bastante influência na hora do turista alemão decidir onde vai passar as suas próximas férias. Neste subcapítulo vamos dar especial atenção ao perfil de inspiração deste Turismo.
De forma a definir um ponto de partida para as plataformas ou metodologias de promoção do destino Açores neste mercado, é importante perceber como é que os turistas alemães tendem a procurar inspiração para a sua próxima viagem.
Com um perfil sustentado em indicadores online, importa referir que os motores de busca adotam o lugar de destaque entre as fontes de inspiração alemãs. A Família e os Amigos como os Websites de Marca são igualmente soluções bastante credíveis com resultados de preferência assinaláveis. Posteriormente as redes sociais e os fóruns online também se destacam perfazendo o top 5 como principais recursos de inspiração na escolha do próximo destino. As informações recolhidas em agências de viagens e os media tradicionais também assumem um papel importante sobre esta decisão.
Sobre a forma como marcou as últimas férias, questionámos os turistas alemães mais experientes sobre este procedimento, sendo que grande parte das respostas demonstrou que utilizaram websites de reservas (36,0%) ou o contacto direto com agências de viagem e operadores turísticos que apresentassem soluções com pacotes integrados (22,5%).
Os turistas alemães revelam uma propensão para a marcação de férias através de websites de reservas online, refletindo uma clara preferência face à opção das Agências de Viagens ou “Tour Operators” com pacotes de oferta específicos. Há ainda um resultado significativo sobre o turismo que prefere fazer marcações diretas com os Hotéis e Companhias aéreas onde se verifica uma amostra de 18,7% de turismo.
PERFIL DE GASTOS
Compreender a tendência sobre o volume de gastos de um determinado turismo, permite uma análise interessante de interpretação sobre o seu posicionamento. Através de questionários e estatísticas especializadas com turistas alemães frequentes, vamos apresentar o perfil de gastos deste mercado-alvo para a Região dos Açores.
Por uma questão de contextualização, tentamos perceber qual é a tendência de evolução dos gastos turísticos em viagens domésticas e internacionais alemãs, entre 2015 e o ano de 2019.
De forma intuitiva concluímos que as despesas médias diárias por pessoa com alojamento durante este período, revelam mais despesa aplicada nas viagens internacionais do que com as viagens domésticas. Existe inclusive um equilíbrio notável sobre as despesas inerentes aos destinos internacionais, em que a diferença entre a despesa mínima registada em 2017 e a despesa mais alta de 2018 corresponde a 33,72€.
Numa analogia às despesas sobre as viagens domésticas esta diferença aumenta para o valor de 105,92€ entre a despesa mínima registada também em 2017 e a despesa mais alta em 2019.
Os entrevistados no âmbito deste inquérito, foram questionados sobre qual o valor diário gasto por pessoa, no decorrer da sua última viagem.
Através dos resultados interpretados, conseguimos apurar que o turista alemão apresenta um perfil de gastos muito diversificado, onde as duas maiores percentagens da amostra com valores de 28,7% e 23,7% referem estes turistas gastam entre 76€ a 200€ por dia com alojamento. Com valores igualmente consideráveis constatamos que o terceiro (13,5%) e quarto (12,4%) resultados da amostra revelam alguns indicadores de luxo porque mostram que este turismo despende 201€ a 300€ ou mais de 401€ diários. Com menos 75€ de gastos diários encontramos ainda assim uma amostra representativa de 11,5% face a este turismo.
TENDÊNCIAS DE SAZONALIDADE
Depois de uma leitura sobre o perfil de destinos, temas e inspirações do turismo alemão, torna-se importante perceber o “quando”. Neste subcapítulo serão apresentadas as principais alturas em que este mercado procura por tópicos relacionados com viagens e tudo aquilo que envolve este processo.
Iremos ainda identificar quando é que os turistas alemães procuram viajar para destinos como Portugal Continental e o Arquipélago dos Açores.
Numa primeira análise do gráfico comparativo percebemos que no mês de janeiro se verifica uma quebra até fevereiro face aos resultados de pesquisa, confirmando em seguida um pequeno desenvolvimento até março.
No entanto o crescimento sobre o resultado de dormidas exibe de fevereiro a julho um resultado claramente ascendente, onde apenas se verifica uma quebra abrupta de outubro a novembro, o que explica algum equilíbrio sobre este indicador.
Mas voltando à análise sobre a variação gráfica de pesquisas, é a partir de abril que regista o maior crescimento durante 4 meses onde culmina o seu resultado mais expressivo no mês de julho. De setembro a outubro e de novembro a dezembro volta a registar alguma variação positiva após algumas quebras mais ou menos significativas representado uma sazonalidade muito assimétrica e de interpretação complexa.
Sobre o período da pandemia que desenvolveremos no próximo subcapítulo, vamos ainda destacar a intenção e principal altura para viajar em 2021, de acordo com a opinião do turismo alemão.
Interpretando graficamente os dados é durante o período de férias entre junho e agosto que 37,9% do mercado turístico alemão revela maior interesse para uma viagem futura, bem como os 24,4% que sem referir as férias como principal razão, contempla igualmente nesse período a sua preferência. Teremos ainda que mencionar que o período de fevereiro a maio regista uma amostra com 11,2% de mercado, contrastando com os 11,0% da amostra que refere as férias de setembro a dezembro como a altura ideal para viajar.
Através dos dados recolhidos entre estatísticas e entrevistas, percebemos que no ano de 2021 os feriados serão de particular importância na definição das férias do turismo alemão, sendo por isso aconselhado que se coordenem campanhas para este mercado, e que coincidam com estas épocas festivas ou com as férias escolares na Alemanha:
2021 – Férias Escolares em Berlim (Normativa Alemã – pode variar entre regiões, níveis de escolaridade e instituições públicas/privadas de ensino):
Férias Escolares (1) – 01 de Fevereiro a 06 de Fevereiro
Férias Escolares (2) – 29 de Março a 10 de Abril
Férias Escolares (3) – 24 de Junho a 06 de Agosto
Férias Escolares (4) – 11 de Outubro a 23 de Outubro
Férias Escolares (5) – 23 de Dezembro a 31 de Dezembro
IMPACTO DA PANDEMIA
Trata-se de um capítulo temporário face a este estudo, uma vez que se dedica em exclusivo à análise do impacto da Pandemia Covid-19 nos potenciais turistas da Alemanha. Será possível compreender com exatidão como é que a pandemia afetou os rendimentos, a vontade de viajar, as prioridades e pontos de vista dos turistas face à possibilidade de viajar para destinos como o Arquipélago dos Açores.
Neste contexto iremos começar pela questão económica. Um dos temas mais discutidos ao longo do último ano prende-se com o impacto da pandemia no rendimento da maior percentagem de potenciais turistas para os Açores, e a Alemanha não é certamente exceção. Na vertente quantitativa deste estudo perguntámos a 750 turistas alemães qual tinha sido o impacto da Covid-19 nos seus rendimentos:
Conseguimos verificar que 58% da amostra participativa não sofreu qualquer impacto nos seus rendimentos até fevereiro de 2021 e cerca de 5% da amostra revela inclusive ter beneficiado financeiramente neste contexto, obtendo um aumento de rendimentos. Numa perspetiva menos positiva, 30% dos participantes entrevistados no âmbito deste estudo revelaram que o seu rendimento diminuiu durante a pandemia sendo que 7% ficou desempregado.
Os dados relativos aos rendimentos dos turistas alemães demonstram um impacto económico negativo em apenas 37% deste mercado o que representa de forma muito distinta um dos cenários europeus mais favoráveis e com um potencial decididamente diferenciador. No início de 2021, altura em que foram conduzidos estes questionários, grande parte dos mercados-alvo dos Açores, incluindo a Alemanha, encontravam-se numa situação atípica e numa fase de adaptação face a este contexto de pandemia o que reforça ainda mais características singulares e de enorme poder económico sobre este mercado.
Mesmo com um impacto económico evidente num número considerável de turistas deste mercado, era importante questionar os turistas alemães se consideravam viajar por motivos de lazer durante o ano de 2021, interpretando ainda essa pergunta com uma potencial explicação para viajar ou não.
Como podemos observar nos gráficos em epígrafe, 33% da amostra revelou não estar disponível para viajar, sendo que 67% afirmou que tinha uma intenção contrária.
Entre os participantes que afirmam não ter disponibilidade para viajar, 22,8% diz que não o fará devido a questões relacionadas com a Covid-19. Nesta análise 6,9% dos participantes justifica a sua decisão citando restrições financeiras e 3,5% devido a limitações de tempo que indicam ser o principal motivo para não viajar em lazer no ano de 2021.
Importa referir que dos entrevistados que afirmam estar disponíveis para viajar, 29,5% respondeu que viajariam independentemente da situação da pandemia, 26,5% diz depender de um processo de vacinação eficaz, e 10,8% dos intervenientes garante que só viaja caso tenha sido devidamente vacinado/a.
Apesar de grande parte do turismo afirmar estar disponível para viajar ainda no ano de 2021 segundo algumas condições, questionámos qual a altura do ano mais provável para a realização da próxima viagem por motivos de lazer.
O período de setembro a dezembro e durante as férias de fevereiro a maio são os que reúnem menos consenso sobre a intenção de viajar em 2021 de acordo com a opinião do turismo alemão com uma representatividade de 15,6%. Em sentido inverso é em qualquer altura, ou até mesmo durante o período de férias de junho a agosto que prevalece o maior interesse em fazê-lo com um total de 62,3% de mercado.
Respeitando a época de férias, o período de setembro a dezembro volta a ser referido como solução entre 11,0% da amostra, no entanto 11,2% dos turistas alemães indicam também o período de fevereiro a maio.
A última pergunta efetuada ao turismo alemão sobre a possibilidade de viajar em 2021 tinha como objetivo saber qual seria o destino mais provável, podendo os entrevistados selecionar o turismo interno ou ao estrangeiro para qualquer um dos continentes do mundo.
A primeira opção e com um resultado expressivo de 36,7% de mercado indica que o turista alemão prefere viajar para a Europa em 2021. As viagens domésticas ocupam o segundo lugar com uma amostra igualmente reveladora de 21,9% de participantes. O continente asiático assume-se como o terceiro destino de eleição com 13,6%. Os destinos no continente americano reúnem 9,5% de preferência e com um resultado muito semelhante de 8,4% de respostas surge a solução do continente africano. Para concluir não podemos deixar de mencionar a amostra de 2,8% face ao interesse sobre os vários destinos na Oceânia.
Com todas as respostas do estudo e com os dados apurados sobre quem considera ou não viajar em 2021, os turistas frequentes do mercado alemão foram confrontados com um exercício de prioridades. Entre as 5 opções descritas no gráfico de apoio, os entrevistados teriam que avaliar um ranking que corresponderia a 1 (mais importante) e a 5 (menos importante). Neste sentido, importa ter em conta na leitura do gráfico que quanto menor a pontuação média (valor que aparece no gráfico), mais importante será para este turismo específico.
Como podemos observar na representação gráfica a preferência por destinos com equipamentos de saúde de qualidade assume um destaque de prioridade com um valor médio de 2,55.
Segue-se a predileção por destinos mais ligados à Natureza e que possam ser menos massificados com valores médios de 2,78 e 2,93 respetivamente. Por fim, a possibilidade de causar um impacto social positivo regista um valor médio na ordem dos 3,20 e a proximidade de casa assume um papel menos importante na ótica do mercado turístico alemão com 3,55. Estes resultados premeiam o Turismo dos Açores uma vez que dois pontos fortes são precisamente a sua ligação à natureza e a não massificação de um destino tão característico e único.
No momento em que estas entrevistas foram realizadas a Alemanha já se encontrava no início do processo de vacinação, e por isso será importante para a equipa de promoção do turismo dos Açores que se mantenha devidamente atenta à evolução da pandemia neste mercado. Para tal a Bloom Consulting disponibiliza nesta página toda a informação sobre número de casos, número de casos ativos, mortes, testes e sucesso de vacinação na Alemanha, em tempo real: